Memórias dos Festivais

Histórias de quem viu e ouviu - Festivais nativistas - Rio Grande do Sul

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terça-feira, outubro 31, 2006

Aos peixes do Sinos

"Milhares de peixes foram encontrados boiando ontem nas águas do Rio dos Sinos, entre a divisa de São Leopoldo com Sapucaia do Sul, num trecho de cerca de 15 quilômetros. É a maior mortandade de peixes dos últimos 20 anos, segundo informou a Fepam. Espécies como dourado, jundiá, grumatã, viola, cascudo e piava não resistiram à violenta carga orgânica do rio e morreram em razão da falta de oxigenação da água do Sinos. " Correio do Povo - 9/10/2006

Em função de notícias como essa que vêm se repetindo na mídia, trago aqui a letra de uma música que participou da I Moenda da Canção, em Santo Antônio da Patrulha, 1987.

Cururuai
(Harry Rosa e Alvandy Pereira Rodrigues/Delce Rosa)
Interpretada na ocasião por Harry Rosa (com participação especial de Claudemir Dornelles)

Das madrugadas um caminho ameno
Das águas puras do Cururuai
Onde colonos viram novo Reno
Pesqueiro farto do meu pai guri
A correnteza leva a história antiga
Fica a saudade pra eu cantar aqui

Veias do vale hoje tão poluídas
Traem escondidas o sangue imigrante
O povo, a flora, a alma, a vida
Até se calam frente essa ganância
Que não descansa, ataca o próprio tempo
Claro e mui xucro, sonho itinerante

Rio dos Sinos, Cururuai,
Chora enchente a agonizar
No teu leito já não vejo
Alegria a navegar


Mas apesar da triste realidade
Que ameaça hoje nova geração
Vou resistir nas várzeas e canhadas
À emboscada dessa poluição
Que nesse jogo de cartas marcadas
Chamam progresso essa vil invasão

Tu, descendente dessa feitoria,
És nova cria que há de cantar
Nos festivais, galpões e parlamentos
Contra a violência que se fez aqui
Porque em seu leito não dorme tranqüilo
O Rio dos Sinos, Cururuai