Memórias dos Festivais

Histórias de quem viu e ouviu - Festivais nativistas - Rio Grande do Sul

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Local: Edimburgo, Midlothian, United Kingdom

quinta-feira, novembro 30, 2006

Califórnia

Uma pena o que está acontecendo com a Califórnia da Canção. A mãe dos festivais nativistas mais uma vez será adiada por falta de dinheiro. Transferida para abril, certamente afetará a data da edição seguinte. Berço de músicas memoráveis, verdadeiros clássicos do nativismo, não deveria estar mendigando apoios financeiros. Na minha opinião, um festival com tanta história deveria ser auto-sustentável... é um produto a ser comercializado.

Acho que falta um pouco de visão comercial aos nossos organizadores. Bom, não sei se isso é possível, mas eu gostaria que os festivais se mantivessem sozinhos, fossem autofinanciados, uma edição gerando a outra, por meio de exploração de marketing e outros artifícios. Acho que cada festival deveria ser uma marca, uma grife. Deveriam realmente ser um objeto de desejo que atraísse a atenção das empresas para investimentos. Que vendessem produtos relacionados à marca. Minha idéia não é transformar os festivais em coisas absolutamente comerciais, mas fazer uso das ferramentas que o marketing proporciona para garantir o futuro dos nossos eventos. Acho que é necessária uma mudança de visão. Alguns festivais estão sucumbindo sob a dependência da LIC.

terça-feira, novembro 07, 2006

'Terra, não me deixe...'

Aproveitando que está em cartaz o documentário "Uma verdade inconveniente", sobre as transformações climáticas do planeta em função da ação do ser humano, vou continuar um pouco com o tema ecológico.
"Terra, não me deixe agora, Terra/ Tarde, muito tarde/ impossível de retornar..." Com esses versos, Beto Barros inicia uma das composições mais significativas pra mim ao longo desses anos todos de festivais. Em parceria com Beto Bollo e a interpretação do Tambo do Bando, "Terra" venceu a 3ª edição da Primavera do Canto Xucro, extinto festival de Caxias do Sul. Ainda hoje, passados muitos anos da apresentação da música, o tema continua atual. "Quem sabe ainda hoje/ eu possa lavar o mar/ quem sabe em sete dias/ eu possa tudo mudar." Não sei, talvez as coisas mudem, mas não me parece a perspectiva. Creio que estamos cada vez mais próximos de constatar que "nada mais há que fazer/ não há". Se nada mudar no manejo do planeta, só me resta cantar junto: "Guarda contigo meu pranto/ adeus".